Nossa TI e suas controvérsias
Nossa TI e suas controvérsias
De um lado, empregadores propagam a falta de profissionais
capacitados e o velho clichê "sobram vagas"; de outro, uma mão de obra
ávida por melhores remunerações, estabilidade e ascensão.
Bem-vindo ao
polo de tecnologia pernambucano.
Por Dulce Reis
DO DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
DO DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
A falta de profissionais qualificados no setor de tecnologia da informação
no estado é um assunto recorrente. Por conta do crescimento econômico
nos últimos anos, o tema vem sendo debatido amplamente. Para suprir esta
necessidade, grandes instituições têm apostado em projetos que
valorizam a capacitação. É o caso, por exemplo, do Centro de Estudos Avançados do Recife (Cesar), que está investindo no Cesar Edu, unidade responsável pela promoção de cursos para a área. Já o Porto Digital desenvolve desde 2011 um programa de certificação. No entanto, segundo estudo divulgado em 2011 pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom),
entre os oito estados pesquisados, Pernambuco está entre os três que
terão profissionais disponíveis em quantidade adequada em 2014. Mas
pouco se sabe como é a situação de quem já entrou no mercado.
Apesar desta busca por profissionais, trabalhadores do setor relataram seus descontentamentos. Claro que existem pessoas satisfeitas, mas outras nem tanto. A maioria dos relatos é sobre a falta de valorização dos profissionais, que vai desde salários defasados, não pagamento de horas extras e a desconsideração pela vida acadêmica do contratado.
Um dos profissionais entrevistados, que prefere não ser identificado, até concorda com a falta de qualificação. Para isso, ele tem uma justificativa: "O motivo é simples. Os melhores profissionais são fisgados por empresas de fora do estado e qualquer lugar no Brasil é melhor que o Recife atualmente", conta o designer.
No entanto, um outro profissional é enfático: "Não faltam funcionários capacitados", diz um cientista da computação que também prefere não ser identificado. "O que falta é funcionário qualificado que queira receber o salário proposto. Você não consegue melhores salários porque existe uma tabela informal. Muitos seguem o padrão da bolsa Softex/Cesar. Algo que gira, para um desenvolvedor junior, entre R$ 1,8 mil e R$ 2,2 mil", desabafa. Isto quando a média mensal dos salários de TI no Brasil é de R$ 2.950, de acordo com o estudo da Brasscom.
O cientista da computação ainda reforça a sua convicção. "A conversa de que faltam profissionais é facilmente detonada se você levantar o quanto se recebe. Se faltassem trabalhadores, se pagaria aqui o salário pago em São Paulo. Lei básica da oferta e procura", explica. Para se ter uma ideia, de acordo com o estudo da Brasscom, o salário inicial de um analista de desenvolvimento de sistemas, por exemplo, é de R$ 3.980 no Distrito Federal, R$ 3.415 no Rio de Janeiro e R$ 2.950 em São Paulo. Segundo pesquisa divulgada pelo Porto Digital em 2010, o salário médio dos profissionais contratados pelas embarcadas é de R$ 2.606,22.
Este mesmo cientista da computação também relata problemas como excesso de carga horária.
"Horas extras não são pagas e ainda há intromissão no curso acadêmico.
Perdi varias cadeiras por trabalhar além da carga horária, inclusive
quando era estagiário. Hoje, no Recife, empresas falam: se precisa fazer
hora extra, a gente paga. E tem pizza", relata.
Origem: http://hotsites.diariodepernambuco.com.br/2012/nossa_ti/
Comentário:
Apesar de o artigo não estar relacionado ao meu estado, Espírito Santo, é totalmente aplicável aqui também.
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